quinta-feira, 26 de março de 2009

Você é


Você é os brinquedos que brincou, as gírias que usava, você é os nervos a flor da pele no vestibular, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, Garopaba, Maresias, Ipanema, você é o renascido depois do acidente que escapou, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra.

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora.

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pelo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é as palavras ditas para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda.

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo o que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima.

Você é aquilo que reinvidica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia.

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Falsos vencedores


Quando criança, resolvi criar algo único, algo na qual me transformaria em um grande cientista, sendo assim decidi criar uma fábrica que cuidaria de toda humanidade,
Invenção essa que beirasse a perfeição e que pela grandeza se assemelhasse a Deus.
Ela seria capaz de dar abrigo aos homens e dessa forma todos morariam juntos.Administraríamos todas as deliciosas comidas que ela produziria,poderíamos também nos deslumbrar com a sua arquitetura que estaria sempre em moda, que mesmo com o passar dos anos preservaria sua beleza imensurável. Essa mesma fábrica guardaria nossa história e estórias, que ficariam espalhadas em suas paredes e moves que perpetuaria por milhões de anos, sendo assim um ótimo lugar para vivermos e criarmos nossos filhos. Com tudo, para o ser humano não ter o trabalho de reconstruí-la a tornarei “auto-reconstrutiva” onde por si só existirá para sempre.

Uma invenção muito distante de nós homens... FATO?

Utopia, utopia, utopia!

Uma linda historia infantil, se n fosse pelo fato de uma singela informação
Diante de tantas fábulas esqueço-me de algo banal...
Tal invenção já existe... Sim!
Á chamamos de Natureza...
Percebo a real forma com que nós seres humanos (Homo-sapiens-trabalho sapiens) intitulamos o que; fornecido pela Natureza é bom ou ruim (se existe um lado ruim).É notável a repugnância das pessoas ao se depararem frente à frente com uma aranha e com uma grande facilidade nomear-las “pragas” quando na verdade são elas as controladoras de pragas.A Natureza ao perceber nosso inteiro descontentamento procura se adaptar a nós, crescendo em frestas de rodovias e fendas de murros.
Nossa “mais valia” diárias nos impede de perceber o que nos cercam, ou melhor, de descobrir o que nos cercam. Morreram e morrerão pessoa que nunca pararam para observar o quanto somos insignificantes perante o universo, perceber o descompasso de nossas melodias aos sons naturais e simplesmente torna-se parte daquilo que nascemos para pertencer.
A Natureza confronta-nos não por uma vitoria e sim pelo equilíbrio e conseguirá.
Hoje luto pelas “pragas”.
Hoje estou do lado dos perdedores.
Que seja assim hoje. Ontem.
E o amanha...
Que ele continue sendo, pois o que seria de nós utópicos por natureza sem nosso melhor, merecido, sonhado... amanha.